Londres 2012 – The Olympic Games
Os Jogos Olímpicos de Londres terminaram ontem. Fica a saudade e a sensação de que a organização merece os nossos parabéns, em quase todos os níveis.
Na minha opinião os Jogos Olímpicos de Londres, que decorreram este ano, e digo isto porque a cidade londrina já foi anfitriã deste gigantesco evento desportivo por mais duas vezes, superaram as minhas espectativas, tanto ao nível desportivo, quer pela organização e tudo o que as olimpíadas modernas têm para nos oferecer, muito mas muito espectáculo. Os Jogos Olímpicos de Verão, como também são conhecidos, foram acima de tudo, e tal como se espera, um hino ao desporto e à união entre os povos.
E começo por este tema, o show que foi a cerimónia de abertura dos jogos. Era este um dos pontos em que eu não esperava que a organização britânica superasse a sua antecessora chinesa. As cerimónias de Pequim foram de tal forma deslumbrantes, que na minha opinião, e talvez um pouco influenciado pelo “desgosto” com o logo e das mascotes escolhidos para Londres 2012, nunca pensei ser surpreendido tão positivamente pelo espectáculo com que o Estádio Olímpico de Londres nos presenteou. Adorei a escolha de Danny Boyle, o Director Artístico da cerimónia de abertura, de fazer da cerimónia um “relato” da evolução da sociedade britânica, desde os tempos da sua ruralidade, passando pela revolução industrial e terminando na modernidade dos nossos tempos, onde imperam as redes sociais e os gadgets. Foi no período relativo à revolução industrial que na minha modesta opinião surge a primeira “imagem” desta cerimónia, a forja que criou os anéis olímpicos, o símbolo primeiro dos jogos, que depois sobem incandescentes e posteriormente vertem uma cascata de fogo. Adorei!
Foi notória a intenção do autor desta encenação de fazer jus ao “british pride”, pela forma como foram evocadas as personalidades mais importantes para os britânicos, como Churchill, Kenneth Branagh, Dame Evelyn Glennie, Sir Paul McCartney, Mike Oldfield, Dizzee Rascal, Sir Simon Rattle, JK Rowling, Emeli Sandé, Alex Trimble, a própria Rainha, escoltada pelo agente James Bond que protagonizou um dos vídeos, onde depois simulou uma entrada de paraquedas no estádio, e muitos mais. Outras das personalidades que fizeram questão de participar em “carne e osso” foi o famoso Mister Bean, protagonizando um momento hilariante no evento, e Sir Tim Berners-Lee, acompanhado por uma réplica do computador onde criou a internet, um NeXT!
Adorei esta opção da organização por um tipo de espectáculo revivalista e teatral, que embora diferente do que vimos em Pequim 2008, resultou muito bem e foi um reconhecimento ao papel e contributo da Grã-Bretanha, na história de toda a humanidade.
Não me vou perder muito em detalhes no campo desportivo. Como já perceberam aqui irei apenas falar dos aspectos mais estéticos e culturais do evento. Contudo foram duas semanas muito intensas desportivamente, com 204 países e mais de 10000 atletas a competir nos mais variados desportos olímpicos. Um destaque aos mais populares, como o rei das águas, Phelps, o atleta mais medalhado de sempre, e outro rei mas das pistas, Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo pela segunda olimpíada consecutiva. Os jogos de Londres 2012 também “correram” muito bem neste aspecto. Sem casos polémicos de doping ou de outros problemas de maior. Ao início a adesão por parte do público estava a ser fraca, mas depois já podíamos ver as bancadas sempre lotadas nos vários recintos onde as várias modalidades se disputavam.
No que diz respeito à vertente estética e de design, estas foram as medalhas escolhidas para premiar os melhores atletas. Em homenagem à Deusa Grega Nike, símbolo do desporto e do olimpismo, e foram desenhadas por David Watkins. Já a tocha, esta foi desenhada pelo estúdio Barber Osgerby. O tão polémico símbolo dos jogos, foi desenhado por Wolff Olins, tal como as mascotes dos jogos.
A grande tocha, ou “caldeirão olímpico”, desenhada por Thomas Heatherwick, era também sublimemente lindo. Cada comitiva nacional trazia consigo uma das suas “campânulas” em cobre, que depois formaram uma gigante flor, que após ser ateada, fechava em si mesma, formando uma grande chama olímpica. Gostei imenso da originalidade e do conceito.
Mas tudo o que é bom tem um final, já dizia o ditado. Ontem foi a cerimónia de encerramento que também acabei por gostar imenso. Desconfio sempre destas cerimónias pois por vezes as organizações queimam todos os “cartuxos” na de abertura, relegando para um plano muito inferior as finais. Não foi de todo o caso. Contudo e embora mantendo a vertente teatral e de reconhecimento à vasta cultura britânica, o Director artístico Kim Gavin deu especial enfoque à música e aos artistas mais famosos desde o ultimo terço do século XX a esta parte, onde nem o falecido vocalista dos Queen, Freddie Mercury, faltou. Mas foram muitos (e bons) os que ficaram de fora. Conseguiram reunir as Spice Girls, mas por exemplo dos míticos Pink Floyd apenas Nick Mason, o seu baterista, apareceu na cerimónia, juntamente com outros músicos (para mim desconhecidos) que tocaram uma “pálida” versão de Wish you were here.
Para finalizar a cerimónia de ontem, ocorreu mais uma surpresa com a passagem do testemunho aos próximos anfitriões dos jogos, o Brasil, mais concretamente a cidade de Rio de Janeiro. Com muito samba, alguns cantores brasileiros como Seu Jorge e até o rei Pelé, parecia que por momentos já estávamos na cerimónia de abertura brasileira…mas não! Teremos de esperar mais 4 anos.
E tanto que já escrevi hoje e sinto que muito, mas muito mais tenho para dizer. Irá ficar para outro dia. Espero que tenham gostado tanto como eu destes Jogos Olímpicos.
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